sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Origem da Festa do Natal




             
Entre as festas que explicam o mistério o mistério de Cristo, fora do ciclo pascal temos as festas de Natal e Epifania. Hoje existem com dois nomes diversos: a do 25 de dezembro, Natal e a do 6 de janeiro, Epifania. A distinção e coexistência delas data de finais do século IV e princípios de século V.
             Ao princípio, na primeira metade do século IV as duas festas eram uma única celebração de Encarnação do Verbo, pois enquanto este mistério se celebrava em Oriente o 6 de janeiro com o 
nome de " Epifania", no Ocidente o Natalis Domini (nome que lhe davam em Roma) era celebrado era o 25 de dezembro.  O dia de Natal aparece em Roma no documento chamado Cronógrafo Filocaliano que data de 336. Tratando-se de um calendário litúrgico parece verdade que a indicação não seja uma simples mostra histórica senão o dado de uma festa quanto se considera que as demais festas partem do 25 de dezembro.
Fora de Roma em África, o nascimento é atestado já por Optato de Milevo (360) festejando também a adoração dos magos com a festa do 25 de dezembro. No Oriente a festa do nascimento começa aparecer ao final do século IV, No ano de 380 Gregório Nacianzeno a introduz em Constantinopla. Um discurso tido o 20 de dezembro por São João Crisóstomo, nesse tempo sacerdote de Antioquia, informa-nos que a primeira vez no ano 386 se celebra o nascimento naquela cidade o 25 de dezembro como festa diferente da Epifania (do 6 de Janeiro) que era uma festa vinda de Roma.
Mas realmente o nascimento de Cristo foi o 25 de dezembro? Segundo a tradição que encontramos no tratado Solstitis et aequinoctitis (século IV) Jesus seria concebido no mesmo dia e mês em que seria morto, ou seja o 25 de março; portanto o nascimento cairia em 25 de dezembro. Mas esta tradição parece que não está na origem da festa e mais bem seria uma tentativa de explicação sobre uma base de misticismo astrológico muito em voga nesse tempo.
Outra explicação que historicamente parece mais provável é a que vê na festa do novo sol, ou 
seja a Natalis Invicti, como se dizia então. O culto ao sol estava em grande auge pelo mitracismo e foi de uma última grande ofensiva contra o cristianismo precisamente no século IV. Assim foi uma grande honra para os imperadores do século terceiro, entre eles Aureliano, quem construiu um grande templo em honra ao sol em Roma em campo Marcio, tendo como símbolo o sol, pela grande ofensiva continuada sob Aureliano o Apóstata (335). A festa por excelência do sol foi assim o solstício de inverno quanto representava a anual vitória do sol sobre as trevas e caía o 25 de dezembro.
O cronógrafo (o 354) assinala o nascimento de Cristo, o 25 de dezembro no mesmo dia que o calendário civil assinalava Natalis Invicti.
Inspirada pelas escrituras e pelas circunstâncias ambientais, a simbologia da luz e do sol como referência a Cristo foi muito desenvolvida e consagrada pelos cristãos. Podemos citar alguns textos bíblicos como o salmo 18 "Fez do sol sua morada", "ressurgira para nós o sol de justiça, "Virá visitar-nos o sol, símbolo de Cristo e o mesmo rezar voltados para o oriente estava difundido entre os cristãos no momento em que se celebrava o nascimento astronômico do sol, em apresentar também ao verdadeiro sol: Cristo.
São Jerônimo querendo explicar que o nascimento de Cristo deve 
ser celebrado o 25 de dezembro diz: "Até aquele dia (25 de dezembro) crescem as trevas e desde aquele dia diminui o erro e vem a verdade. Hoje nasce nosso sol de justiça" ( Sermão, in Anecd. Mared III 2, 297). E São Máximo de Turim (metade do século IV) afirma: "Num verdadeiro E tem razão neste dia o nascimento de Cristo vulgarmente dito o novo sol ... Com gosto aceitamos este modo de falar porque com o nascimento do Salvador resplandece não só a salvação do gênero humano, senão também a luz do sol" (Sermão 2, PL. 57, 537).



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